quinta-feira, 19 de novembro de 2009

História do arredismo em Córsega

Trás o ronsel de Pasquale Paoli

[adaptado do jornal electrónico Vieiros]

Em 1755 declarou-se independente e en 1769 foi anexionada pola França. Dous séculos despois, com a chegada dos pieds-noirs, o movimento de libertaçom en Córsega reage definitivamente.

Bonifaziu, no sur / Flickr: Pluca


O movimento de libertaçom corso actual remonta-se a finais da década de 1950. O povo manifesta-se em massa em contra da criaçom por parte da França dum centro de experimentaçom nuclear perto da capital histórica da Córsega: Corti.

A cidadania rebela-se por completo a princépios dos 60 perante o que considera umha nova invasom francesa: a chegada dos pieds-noirs (pés negros), colonos galos em Algéria aos que o Governo da República financiou a sua "recolocaçom" na ilha logo da independência algerina em 1962. Muitos destes figérom-se com adegas e figérom-se grandes fortunas froito da produçom vinícola.


Historicamente, Córsega estivo baixo o domínio de várias potências mediterráneas, principalmente dos genoveses na Renascença. A rebeliom contra o péssimo Governo de Génova em 1729 levou a um período turbulento, durante o que se originou o conceito de vendetta, que culminou com o estabelecimento da República corsa polo líder nacionalista Pasquale Paoli.


Córsega foi anexionada pola França en 1769, o mesmo ano em que nasceu na ilha um corso ilustre, para uns, e um traidor da naçom, para outros: Napoleom Bonaparte. O que com os anos se converteria em imperador da França e o heroi nacional corso conhecem-se em Julho de 1790.


O primeiro, jacobino, e o segundo, mais próximo ás teses dos girondinos, racham relaçons em 1793. Bonaparte ten que fugir de Córsega, e logo dumha breve estáncia no continente, desembarca em Aiacciu com a armada republicana francesa com o fim de acabar com a revolta dos partisanos de Paoli.


Língua

O francês impúxose como única lingua oficial em todos os ámbitos da Administraçom. O corsu sobreviveu como língua oral e proibiu-se o italiano. Porém, nom foi até princípios do S.XX, quando se fixo obrigatório o francês nas escolas, que a língua própria da naçom começou a declinar.


Ainda que o seu uso pouco a pouco se normaliza na educaçom, na actualidade cada vez menos moços e moças tenhem o corso como primeira língua (ou o ligur, na vila de Bonifaziu). Ademais, a tendência é a usar o francês em ámbitos formais e o idioma próprio na casa e noutras relaçons sociais.


O corso está estreitamente emparentado com o toscano. Fala-se em todo o território e mais na ilha da Madalena, ao Noroeste da Sardenha. Os habitantes de Córsega que nom usam o corso som franceses chegados do continente ou pieds-noirs. Os oriúndos do país falam-no ou sabem-no falar, e o seu uso converteu-se num símbolo de identidade face o colonialismo francês.


Do regionalismo ao independentismo

O movimento nacionalista, que nasceu regionalista, foi-se diversificando na década de 1970. Nestes anos surdem diversos grupos armados, assi como tamém organizaçons para-policiais com o fim de combater o nacionalismo corso. Em 1975, a formaçom autonomista Acçom polo Renascimento Corso (ARC) decide intensificar a sua actividade. A primeira acçom violenta tem lugar em Agosto deste ano.

Em 1976 forma-se a Frente de Libertaçom Nacional de Córsega (FLNC, Fronte di Liberazione Naziunale di Corsica), froito da suma de vários grupos. A FLNC, que tomou tanto o nome como o sistema de organizaçom frentista e interclassista do movimento anticolonial algerino, exigia entre outras cousas a independência da ilha e a expulsom dos pieds-noirs.

Até 1983, ano em que oficialmente fica desarticulada, a FLNC levou a cabo vários ataques contra os “continentais” e as suas propriedades. Em 1987 cria-se Cuncolta Naziunalista, braço político do FLNC.

Durante o segundo mandato do presidente francês François Mitterrand, en 1991, apróbase umha lei que lhe permite a Córsega ter umha autonomia especial (Colectividade Territorial Específica). Mas o Tribunal Constitucional, em 1993, reprova a inclusom da referência ao "povo corso", porém era como "parte do povo francés". Instituiçons do Estado temem demais a reacçom em cadeia doutras naçons que reclamam status similares, como a Ocitánia ou a Savóia.

Nos seguintes anos, as luitas internas no nacionalismo corso provocam numerosos mortos. Em 1998, o prefecto -delegado do Governo francês em Córsega-, Claude Erignac, morre assassinado na ilha. Sendo Lionel Jospin primeiro ministro, a França cede-lhe mais autonomia em temas educativos e económicos ao Governo da ilha, o que provoca profundas críticas de todo o abano político francês.

Processo histórico no nacionalismo

Em 2003, os corsos enjeitárom em referendo umha proposta que lhe outorgaria mais autonomia à ilha. O daquelas presidente francês, Jacques Chirac, pedira o voto favorável para rematar com 30 anos de violência. O seu home forte, o daquelas ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, fixo umha inédita campanha polo 'Si' numha 'regiom' tradicionalmente hostil com Paris.

Dous dias antes da votaçom, a Polícia francesa detivo o militante nacionalista corso, o gandeiro Yvan Colonna, acusado do assassinato do prefeito Erignac cinco anos denantes. Hai tam só umhas poucas semanas começou o seu juízo de apelaçom.

O principal partido nacionalista corso é Corsica Nazione Independente, arredista e oposto a violência, que agrupado com outras duas formaçons autonomistas dentro do grupo Unione Naziunale ostentam oito dos 51 representantes da Assembleia Regional (Corsica Nazione tem tres, que chegárom a ser oito no período 1999-2004).

O independentismo corso ratificou este ano o processo de unificaçom acordado em Maio de 2008. As principais formaçons da corrente secesionista -Corsica Nazione Independente, Rinnovu, e en menor medida, l'Accolta Naziunale Corsa e Strada Dritta- anunciáron oficialmente o passado 5 de Fevereiro em Corti a sua disoluçom e a convergência numha nova e única força: Corsica Libera.

Cançom da Córsega em corso:


Sem comentários:

Enviar um comentário